Inês Esperança, 9.º E.
Neste livro, o autor leva-nos numa viagem à sociedade mais fechada do mundo, a Coreia do Norte. Ao longo da obra, apercebemo-nos que esta tem imensa informação e aborda uma realidade à qual muitos não têm acesso. Acredito que aprendi bastante ao ler este livro, pois, apesar de conhecer um pouco da maneira de viver dos norte-coreanos, não tinha a noção de como seria uma viagem ao país mais repressivo do mundo. Para quem já conhece bem este país, não considero que lhe acrescente muito, pois o autor apenas apresenta o que vê e o que sente, não expressando a sua opinião acerca da política do país, da forma como este é regido ou como o Estado obriga o povo a viver.
Na minha opinião, este livro ajuda-nos a ver o mundo com outros olhos e a ter noção de que, apesar de vivermos no mesmo planeta, ainda há pessoas que vivem em determinados regimes que não deixam a sociedade ter liberdade de expressão. Ao longo do livro, cheguei até a sentir uma certa revolta, pois a população vive completamente cega e ignorante do que se passa no mundo e venera um líder como se fosse um deus, acreditando que o seu país é um país desenvolvido. Tal como o próprio autor afirma, “Há uma encenação grande para quem visita, mas há uma encenação maior para quem está lá. Essa é que é a grande encenação ali. Porque aquelas pessoas vivem num país completamente fechado e é tarefa do Estado criar uma ideia sobre todo o mundo que existe lá fora, não é?”, “As pessoas não têm sequer noção do que é a realidade fora da Coreia do Norte. Por exemplo, não têm acesso a qualquer música (…)”.
O que se destaca mais neste relato da viagem de José Luís Peixoto é que este o faz de uma forma que eu considero sincera, tanto que me fez sentir como se eu mesma estivesse nesta viagem com ele.
Talvez o que mais me tenha impressionado no livro tenha sido a sensação de solidão que o autor transmite por estar num país que não o dele, com tanta pressão e vigilância por parte dos guias, como s
e estivesse prisioneiro, mesmo estando lá por vontade própria. Esta solidão leva-o a recordar os filhos com os quais já não tinha contacto há alguns dias visto que não tinha acesso ao seu telemóvel. (“E o menino continuava a chorar, olhando para o comboio. Senti esta imagem. Há demasiado tempo que não falava com os meus filhos. Custava-me imaginar que eles pudessem estar a chorar assim.(…) já quase tinha esquecido a possibilidade permanente que um telemóvel faz sentir: a segurança de uma linha invisível entre nós e aqueles que precisamos”).
Para concluir, gostava de reforçar que, apesar de este livro ter imensa informação sobre a Coreia do Norte, um país que tem uma realidade muito diferente da nossa, penso que, se este tivesse as opiniões pessoais do autor, o livro se poderia tornar mais interessante, visto que quem conhece bem este país não vai sentir que esta obra lhe possa acrescentar algo.
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