Francisca Teixeira, 9.º E
Markus Zusak é um escritor australiano autor de vários livros: O Azarão, o seu primeiro livro, O Mensageiro, O Construtor de Pontes e A rapariga que roubava livros, que é um dos seus livros mais conhecidos e uma obra bastante envolvente e marcante.
A história deste livro decorre durante a Segunda Guerra Mundial quando uma jovem chamada Liesel Meminger, uma rapariga simples e inteligente que vive com os seus pais adotivos na Alemanha, desenvolve o hábito de “roubar” livros para ler ao seu amigo Max, um judeu que morava clandestinamente em sua casa. Rudy, o melhor amigo de Liesel, é outra das personagens notáveis desta obra, que a acompanha nas suas aventuras e desventuras.
Seguimos a história da pequena Liesel através da Morte, a narradora omnipresente, que, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. A Morte transporta-nos para os típicos momentos de pânico vividos nesta época, em que os bombardeamentos eram frequentes, até que, um dia, a rua onde Liesel morava foi atingida sem nenhum aviso prévio. Terá Liesel sobrevivido?
Fiquei muito admirada logo no início com a narradora da história que, ao longo do livro, por vezes também é uma personagem: a Morte.
O que mais me fascinou neste livro foi a perspetiva em que a história nos é contada, ou seja, a perspetiva dos alemães comuns, provando que nem todos os alemães eram nazis ou se identificavam com a ideologia. Se muitos idolatravam Hitler e eram nazis convictos, muitos outros faziam o que era esperado deles para evitar represálias e alguns, ainda, como o pai adotivo de Liesel, recusaram até ao fim renunciar à sua humanidade e arriscaram a própria vida para ajudar os que não tinham qualquer esperança.
Este livro assalta-nos e vence-nos com as relações de compreensão, afeto, partilha e cumplicidade entre Liesel e Hans, “o pai”, e entre ela e o seu amigo judeu Max, num contexto tão precário e forçosamente silencioso.
Para concluir, gostaria de dizer que gostei muito de ler este livro. A Rapariga que roubava livros é uma obra estritamente bem conseguida e trabalhada, rica em pormenores que demonstram o ambiente pavoroso vivido numa época de guerra e que, apesar de toda esta tristeza relatada, o escritor consegue, através de Liesel, dar-nos momentos de humanidade, carinho e amizade.
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